quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Tudo! E nada...




Há coisas que se entendem explicadas. Há coisas que só vividas. E há outras que nem vividas pelas mesmas pessoas conseguem ser explicadas. E neste último caso basta um:
- "*suspiro* Oh! Tu percebes...!"
Sempre entendi a frase "What happens in Erasmus stays in Erasmus" como algo secreto, mas no mau sentido como quem faz uma asneira e a guarda para si e para quem a viu.. Como um código de conduta. A verdade é que nada me faz mais sentido agora do que essa frase, no sentido em que só quem viveu (leia-se viveu e não veio) Erasmus, consegue perceber o seu verdadeiro poder. O poder de afectar as pessoas de tal forma ao ponto que não querem mais voltar.
Diz-se que tudo o que é bom tem que acabar e infelizmente, até então, assim se tem sempre verificado. E o problema está mesmo aí, dá vontade de deixar tudo para trás, de desistir do futuro e de manter o que está bem: a diversão, a ausência de preocupações, as amizades constantes, em resumo, a irresponsabilidade de não seguir em frente. E isto vem com um desejo, preocupadamente forte, de o fazer.
Afinal de contas é o sonho de qualquer criança não parar de brincar, de poder fazer apenas aquilo que quer... e nós já fomos todos crianças...
Varsóvia fica para trás de uma forma que nunca pensei que ficasse, numa estranha despedida onde tudo acontece muito rápido e as lágrimas de quem se despede impedem dizer seja o que fôr, no medo de chorar ainda mais.
Mas podia ter sido a Palestina em pleno conflito de guerra que ia ser o mesmo, o que importou não foi o sítio, foram as pessoas. E que pessoas fizeram parte da nossa vida últimos 4 meses!
Não vejo uma alternativa melhor e provavelmente faria tudo igual novamente. Não... alterava uma coisa, conheceria algumas pessoas mais cedo, pois essa seria a única forma de tornar esta experiência ainda mais intensa.
Para a quem nem as lágrimas de finais impediram de dizer isso, novamente, obrigado!

Todos me dizem o mesmo por isso vou também eu acreditar nisso, que vamos começar uma nova étapa.. fechar um capítulo mas abrir outro. Diferente é certo, mas igualmente bom.
Para os que não percebem muito bem este post lamechas não vale a pena voltar ler de início, só lá estando. E por isso mesmo, para mim, só fazia sentido um post assim no final.

Varsóvia ficou para trás na janela do comboio e lentamente surgiu outra a dizer Praga. Daqui a poucos dias dirá Berlin e no final aparecerá Portugal. O que mudou ? Tudo! E nada...

Adeus?

2 comentários:

M. disse...

Muda-se de base e parte-se em busca de uma experiência genuína que transcenda o quotidiano.
Mas ainda muito longe de saber que aquilo que importa não é o sítio, mas as pessoas. E é este Código de Conduta que só entende quem o vive. São estas vivências que nos redescobrem, que nos confundem e que nos vão transformando.
Repensei eu tantas e tantas vezes, para hoje chegar aqui: ao mesmo sítio, que afinal é um sítio bem diferente onde julguei há muito tempo estar.

guille disse...

erasmus é sem dúvida as pessoas com quem viveste durante aquele periodo de tempo... e não uma cidade. Fico feliz por terem ficado com a mesma ideia.. é bom sinal!

Bem-vindos agora à fase pós-erasmus... depressão pós-erasmus! que em alguns países já é tema de estudo!

DEEC is waiting u guys.. muahahahha
:)